12 junho, 2011

Bruce Lee





Nascido a 27 de novembro de 1940, no ano e dia do Dragão, em São Francisco, Califórnia, Bruce Lee dedicou toda sua vida às artes marciais.
Foi de tudo um pouco: filósofo, mestre, lutador, ator. Foi o arco principal de ligação entre as artes marciais, reservadas exclusivamente para os asiáticos, e os povos do resto do mundo.
Filho de um ator da ópera chinesa, Li Hoi Chuen, que estava numa turnê pelos Estados Unidos, e também refugiado de Hong Kong pelo início da 2ª Guerra Mundial, com toda sua família, quando Bruce nasceu. Nasceu com o nome de Lee Jun Fan, mas foi apelidado por uma enfermeira de Bruce. No fim da turnê, ele e toda a família, voltaram para Hong Kong, local onde Bruce cresceu. Bruce era um garoto pequeno, mas muito briguento, sempre "entrando em frias" com outros garotos e até mesmo com gangues de Hong Kong.
Aos 13 anos, iniciou seus estudos de artes marciais de Kung Fu no estilo Ving Tsun (o nome deste estilo pode ser escrito de várias formas, como Wing Chun, Wing Tchun e Wing Tsun. Ving Tsun é o modo que estará escrito aqui, pois este é o modo oficial de Hong Kong), único estilo de Kung Fu criado por uma mulher, sob a supervisão do Mestre Yip Man, visando aliviar a insegurança pessoal que estava presente em sua vida, entre as brigas com gangues na cidade de Hong Kong. Aos 18 anos, foi para os Estados Unidos para se afastar das brigas entre as gangues chinesas e também estudar Filosofia na Universidade de Seatle - Washington. Também passou a trabalhar como garçom num restaurante de uma amiga da família, Ruby Chow, em Chinatown.
Passou a ser um mestre dentro do campus da faculdade, mesclando a arte marcial à filosofia. Foi daí que surgiram seus primeiros "alunos", que eram seus amigos. Ele não cobrava nada de ninguém e nunca o faria para amigos. Começaram a fazer, então, com que Bruce abrisse a sua própria academia de Kung Fu, e daí, poderia cobrar de seus alunos para se manter. Eis que em 1963, em paralelo com a faculdade, Bruce abre o "Lee Jun Fan Kung Fu Institute", sua própria academia, passando a dar aulas para seus amigos neste local.



BRUCE VIVE

Transcrito do "Jornal do Brasil" - 07/06/93 Los Angeles - Bruce Lee esta de novo na moda. A recente e misteriosa morte de seu filho, Brandon, e o lançamento de um filme biográfico de enorme sucesso fizeram o nome do mestre das artes marciais voltar as páginas dos jornais. A conseqüência e uma incrível corrida as videolocadoras em busca dos filmes realizados por Bruce, quase duas décadas após sua morte, em 1973, aos 32 anos.
A cadeia de videolocadoras Blockbuster, a maior do mundo, com 3200 lojas só nos Estados Unidos, viu suas dependências subitamente invadidas por novos fãs de Bruce. "Não temos como dar números, mas garanto que a procura aos filmes de Lee aumentou em proporções surpreendentes", diz Wally Knief, porta voz da empresa. Hussan Megara, gerente da cadeia Movies and More, calcula que o aluguel de vídeos de Bruce triplicou nas duas ultimas semanas.




O filme sobre a vida de Bruce Lee, "Dragão,a historia de Bruce Lee", já rendeu 35 milhões de dólares, um resultado excepcional para um filme estrelado em maio,época considerada péssima para qualquer lançamento, pois precede os filmes milionários do verão americano. Para o papel de Bruce Lee, o diretor Rob Cohen escalou o novato Jason Scott Lee (sem parentescos com Bruce). Jason foi submetido a intenso treinamento com Jerry Poteet, um ex-aluno de Bruce Lee. Depois de quase dois meses de treino e de ter vistos todos os filmes de Bruce, o ator se saiu supreendentemente bem.




Revistas especializadas em artes marciais, como KUNG FU MAGAZINE, elogiaram a semelhança física de Bruce e Jason, e garantiram que o mestre esta sendo representado com fidelidade. "No começo eu estava intimidado pelo papel, mas a pessoa que me ajudou a superar os temores foi Brandon Lee", disse Jason ao New York times. "Ele me disse que não conseguiria fazer o papel se eu tratasse Bruce Lee como um Deus.
Ele me disse que seu pai era um homem temperamental, raivoso,que se ofendia com a mediocridade e as vezes era impiedoso." Jason, um havaiano de 26 anos, filho de um motorista de ônibus em Honolulu, estava trabalhando como garçom e como entregador de uma loja de flores, antes de ser chamado para fazer o papel de Bruce Lee. "No instante em que ele entrou no meu escritório", disse o diretor Rob Cohen, "eu sabia que era a pessoa certa para o papel. Ele é atlético, gracioso, mas acima de tudo é um cara misterioso - você nunca sabe o que ele esta pensando. Bruce era assim." O filme é baseado no livro BRUCE LEE O HOMEM QUE SOMENTE EU CONHECI, escrito por sua viúva Linda Lee. "Algumas pessoas são como lâmpadas de 40 watts. Outras são como o sol. Bruce era como o sol." Mas, Bruce teve atenção especial com uma aluna: Linda Emery.





Sem muita demora, os dois passaram da amizade para um relacionamento sério. Mas houve a intervenção da mãe de Linda, pois na época, casais inter-raciais não eram bem aceitos nos Estados Unidos, por gerarem filhos mestiços, e também duvidava que Bruce pudesse dar à Linda uma vida estável. Isso fez com que Bruce trabalhasse muito, e se dedicou durante um grande tempo apenas às artes marciais, abrindo uma grande rede de franquias de sua academia, para que a mãe de Linda visse que ele seria capaz de tudo. Eis que em 17 de agosto de 64, Bruce e Linda se casaram. Se mudaram então para Oakland, Califórnia, onde continuou a dar aulas em outra de suas academias de Kung Fu.
Eis que então foi defrontado por um grupo de mestres asiáticos de artes marciais, dizendo para ele que não deveria ensinar a arte marcial aos não-chineses, ou deveria enfrentar o melhor lutador deles. Como Bruce adorava desafios, ele aceitou. A luta demorou três minutos e ele fez com que o adversário, jogado no chão, dissesse "eu me rendo", em chinês. Vendo que deveria ter vencido em segundos, e não em minutos, passou a se dedicar muito mais a arte marcial do Kung Fu.





Comemorando o nascimento de seu filho Brandon Bruce Lee, apenas uma semana depois, voltou para Hong Kong, pois seu pai havia falecido. Na volta, fez uma promessa para si mesmo, de que sua família se orgulhasse dele, passando assim a criar um estilo de Kung Fu próprio: o Jeet Kune Do. Tendo se apresentado num campeonato de artes marciais, fora escolhido por um grande diretor , dizendo ser o homem certo para protagonizar o papel principal na série de "Charlie Chan". Mas um outro projeto fez com que este fosse adiado.
"Batman", com Adam West e Burt Ward, cancelou esta série de Charlie Chan, mas ele não foi deixado de lado. O diretor estava com outra idéia na mente: passar a série de rádio dos anos 30, "O Besouro Verde", para a tela da televisão, onde fez o fantástico papel do chofer que luta contra o crime ao lado de Besouro Verde, Kato. A série estreou nos EUA no dia 9 de setembro de 1966 e foi um grande estouro, principalmente pelo papel de Bruce.
Ele se esforçava para fazer com que suas cenas de luta fossem cada vez mais reais, tirando velocidade de seus movimentos, pois ele era muito rápido. Mas o programa não emplacou devido o grande sucesso de "Batman". Numa desesperada tentativa de fazer com que a série continuasse, foi feito um combate entre Kato e Robin, tendo a luta empatada ao final, para não entristecer os fãs de ambas as séries





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Mas mesmo assim não teve jeito e o Besouro Verde saiu do ar uma temporada após o combate. O programa, que Bruce queria que fosse um "trampolim" para o sucesso, o trouxe de novo ao chão. A partir disto, Bruce teve de enfrentar novas dificuldades. Passou então a dar aulas particulares à domicílio, para personalidades famosas do meio artístico, como Lee Marvin, Chuck Norris e Steve McQueen, podendo custar o treinamento com o grande Mestre Bruce Lee até US$ 250,00 a hora. Mas seu aluno mais querido era seu filho, Brandon, e nesse meio tempo, veio ao mundo sua filha, Shannon Lee.
A garota teve o dom de poder acalmar Bruce. Bruce Lee era uma pessoa de carne e osso, como eu e você, e não um super-herói como parece. Numa manhã em 1970, levantando pesos, Bruce fraturou um importante nervo das costas, deixando impossibilitado de treinar por seis meses, tempo esse que ele teve para formular a parte filosófica de sua arte marcial, o Jeet Kune Do. Médicos de todo o centro de tratamento vieram dizendo a ele que nunca mais voltaria a treinar, mas Bruce fez de um obstáculo um ponto de apoio, para descobrir quais eram seus limites e medir a capacidade do corpo humano.





Dava 2000 socos por dia, 1000 chutes, corria 5 Km e pedalava mais 24 Km, para ver de que o seu corpo era capaz. Ao ficar totalmente recuperado, começou uma exaustiva rotina diária de exercícios. Partiu, então, para o estrelato. Não conseguindo lugar nas telas dos EUA, Bruce e sua família foram para Hong Kong, onde descobriu que seu sucesso em "Besouro Verde" foi alcançado ali, sendo a série conhecida por "Programa de Kato". Por sua fama, foi convidado a participar num projeto de três filmes do grande diretor chinês Raymond Chow, em que o primeiro se denominava "O Dragão Chinês" (The Big Boss - 1971). O público chinês era muito conhecido por deturpar o cinema, rasgar os assentos e quebrar tudo. Ao término do filme, Bruce e Linda, que estavam um ao lado do outro, viram que a platéia não se manifestava. Ambos pensaram: "Eles acharam um horror!", e logo foram saindo.

Bruce e Brandon Lee



A platéia estava um pouco abobalhada pelo filme, e logo em seguida começou a aplaudir com grande entusiasmo. O filme bateu todos os récordes de bilheteria na China. Então Bruce iniciou uma grande e próspera carreira no cinema mundial. Seu próximo filme foi "Fúria do Dragão" (Fist of Fury - 1971) que quebrou os antigos recordes e o consagrou, além de artista marcial, como artista cinematográfico. Raymond Chow não concluiu outra proposta de acordo para mais filmes com Bruce. Bruce então conquistara a Ásia mas agora queria conquistar o mundo. Ele então voltou para a América, Hollywood. Mas sua fama de artista e também artista marcial não ajudaram muito contra os preconceitos de alguém de outra nacionalidade. Não aceitavam que num filme americano, o herói fosse um asiático.
Antes de voltar para Hong Kong, Bruce estava entretido num projeto de uma nova série com o diretor John Saxon, da Warner Bros. No princípio, esta série iria se chamar "O Guerreiro", mais tarde, tornara-se "Kung Fu", e em seu lugar colocaram um ator americano, o qual tiveram que maquiar muito para se parecer chinês e que não sabia nada de artes marciais, David Carradine. Tudo isso porque disseram que Bruce era "chinês demais" para o papel. Estando muito nervoso com isso, Bruce afirmou que isto era "racismo hollywoodiano", e centrou toda a sua atenção para um novo projeto seu: "O Vôo do Dragão" (The Way of the Dragon), em 1973, com Raymond Chow, e tendo se interessado muito pela cinematografia durante as filmagens de "Besouro Verde", Bruce supervisionou todos os aspectos do filme, tendo escrito, atuado, coreografado, tocou percussão na trilha sonora do filme e estreou como diretor de cinema.
Mas uma das melhores cenas é a do combate entre Bruce e seu ex-aluno Chuck Norris. Nessa cena ele mostra a necessidade de se adaptar à luta de acordo com o necessário. Ele começa perdendo, seguindo à arte marcial rigorosamente, mas logo começa a se mexer muito, a quicar no chão, deixando o oponente atordoado e o vence. Já ao final das filmagens, Bruce preparava novas cenas de luta para seu novo filme "O Jogo da Morte" (Game of Death - 1973/78), mas em pleno início da produção, Bruce recebeu um telefonema dos Estados Unidos, para protagonizar seu primeiro filme americano, "Operação Dragão" (Enter the Dragon - 1973). Com esse novo projeto em mãos, ele estava preparado para alcançar seu total sucesso, podendo ter tudo o que sempre sonhou.
Ele passava muito tempo treinando, treinando para um combate que nunca existiria; era um treinamento de sete dias por semana. Até que em 10 de maio de 1973, enquanto editava "Operação Dragão", ele sofreu um desmaio no estúdio, sendo levado às pressas para o hospital, onde não foi detectado nada. Após uma bateria de testes, ele se recuperou, terminou "Operação Dragão", e voltou para seu antigo projeto "Jogo da Morte". De volta ao antigo filme, Bruce estava trabalhando com a atriz chinesa Betty Ting Pei. Foi um dia a casa dela para discutir algumas cenas do filme e disse à ela estar com uma forte dor de cabeça. Ela lhe deu um remédio e ele se deitou. Algumas horas depois, Betty entrou em pânico por não conseguir acordá-lo e ligou para Raymond Chow.

Estátua de Bruce Lee em Hong Kong 



Ele foi a sua casa e notou que Bruce estava muito pálido. Levaram-no para o hospital, onde Raymond ligou para dar a notícia a Linda: Bruce Lee, a lenda das artes marciais, havia morrido. Todos foram ao chão com a notícia, espalhando-se pelo mundo. Em seu sepultamento, foi homenageado por milhares de pessoas, e seu corpo foi levado para Seatle, onde ele e Linda se conheceram. Com apenas 32 anos, Bruce deixou uma esposa, dois filhos e um legado inigualável no mundo, tanto das artes marciais como das artes cinematográficas. Até hoje sua morte é discutida: muitos dizem que foi algum tipo de vingança entre as gangues de Hong Kong, ou até mesmo uma maldição dos mestres chineses por passar as artes marciais aos não-asiáticos.
Muitos também acham que foi vingança por ter feito muito sucesso. Mas sua morte foi comprovada por uma autópsia e resultou num edema cerebral, um inchaço no cérebro causado por uma reação alérgica ao remédio tomado na casa de Betty. Mesmo com a sua morte, foi continuado e concluído 5 anos depois "Jogo da Morte", que também não deixou de ser um grande sucesso. Com isso, seu legado foi deixado nas telas e tornou-se uma grande figura mundial. Também possibilitou que outros artistas seguissem seu caminho. Entre seus sucessores, estão Jackie Chan, Chuck Norris, Jean-Claude Van Dame e muitos outros, mas nenhum poderia ter tanto destaque como seu filho Brandon, este que teve uma carreira também próspera, mas em 31 de março de 1993, durante as gravações de "O Corvo", Brandon foi morto no set de filmagem por uma arma de festim indevidamente checada.
O filme continuou como em "Jogo da Morte", com dublês e efeitos especiais. Novamente, rumores sobre a morte de Bruce voltaram à discussão e novas teorias do porquê havia morrido voltaram à tona. Mesmo assim, ainda hoje, o nome Bruce Lee é mundialmente falado; revistas publicam artigos, vídeos são produzidos e até homepages são montadas em sua memória.Bons exemplos são essa page, com tudo o que existe nela, e um ótimo filme: "Dragão: a história de Bruce Lee", estrelando ?, o mesmo de "O Livro da Selva", no papel de Bruce Lee. Assista pois vale a pena!












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